Como podemos analisar a doutrina a respeito de Maria ser a mãe de Deus ?
Segundo um artigo do Dr. Emanuel, publicado em 09 de setembro de 2008, falando sobre a heresia do nestorianismo no século V, falando sobre o Concílio de Éfeso em 431, abordando que Maria é a mãe de Deus, não no sentido dela ser anterior à Deus, ou que ela é a fonte de Deus, mas pelo fato que ela carregou no seu útero o Deus encarnado.
Analisando por esse aspecto é um fato que podemos concordar, pois sabemos que Jesus é o verbo que se fez carne e habitou entre nós. Cremos que em circunstância alguma Ele deixou de ser Deus, mesmo quando estava na forma humana.
O problema dessa questão, não é a declaração de ser Maria a mãe de Deus, mas sabemos que as pessoas não veem nela somente por esse olhar que está proposto no artigo.
Visivelmente, homens e mulheres, orientados por líderes religiosos estão indo muito além de se ter Maria apenas como a mãe de Deus.
Concordo que nesse sentido podemos fazer essa declaração, mas o fato é, que muitos tem a colocado em uma posição que a palavra de Deus não a coloca.
Muitos, e orientados por seus líderes, colocam a mãe de Jesus como intercessora, sendo que o papel de intercessor diante de Deus Pai, é do seu filho Jesus Cristo, que vivendo como homem, fez a vontade de Deus Pai todo poderoso, foi rejeitado, sofreu, foi crucificado, morreu, e ao terceiro dia ressuscitou, e está assentado á direito de Deus Pai, intercedendo por todos que a Deus se chegam por intermédio dEle.
Maria, a mãe de Jesus, embora lideranças religiosas ensinem ser medianeira juntamente com Jesus, nos ensinamentos apostólicos tais doutrinas não são verídicas.
Advogado e Intercessor são atributos pertencentes somente a Jesus Cristo, e não a Maria.
Não me refiro aqui a intercessão que um cristão pode fazer em favor do outro, pois em nome de Jesus todo cristão pode pedir ao Pai em favor do outro, não é esse tipo de intercessão que me refiro aqui, e sim ao fato de Jesus estar intercedendo para sempre ao nosso favor diante do Pai, e ser Ele quem nos defende do acusador, sendo assim o nosso advogado. Essas atribuições não foram dadas a Maria, e sim ao filho de Maria, que é o filho amado de Deus Pai Todo Poderoso.
Certamente que Maria carregou em seu ventre o filho de Deus, mas não foi dada a ela a incumbência de salvar a humanidade e nem foi autorizado em nenhum texto bíblico o culto a ela, mas somente nos é autorizado o culto ao Criador dos céus e da terra.
Crer que Maria é a mãe de Deus, por ser Jesus, Deus, é uma coisa, mas usar esse fato para cultuá-la e colocá-la como medianeira e advogada, tal crença está totalmente fora dos ensinamentos apostólicos. Maria foi a pessoa usada por Deus para trazer Jesus ao mundo, mas em momento algum Jesus e os Apóstolos mencionaram ou deram a entender que precisamos venerá-la. O Apóstolo Paulo escreveu assim na 1ª carta aos Corintios, capítulo 2, versículo 2. Porque não me propus saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e este crucificado.
Sejamos vigilantes e não deixemos ser lavados por falsos ensinamentos. Deus ter escolhido Maria para ser mãe de Jesus, não deu a ela e nem ela tomou para sí o lugar e a honra que somente ao Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo é de direito.
Edilberto Pereira, baseado no artigo do Dr. Emanuel
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ResponderExcluirCaro Presbítero Edilário,
ResponderExcluirVejo, que de certa forma, existe uma correta compreensão sua do dogma Cristológico de ser Maria a Mãe de Deus (Theotokos). Mas, parece-me, ainda não perceber a distinção entre Mediador e medianeira, nexo este, que embora não sendo dogmático, é crença comum na Igreja, até o aparecimento dos anabatistas, não dos Reformadores, pois este entendiam perfeitamente o papel de Maria como medianeira e não como mediadora. Embora ambas as palavras em seus sentidos denotativos signifiquem a mesma coisa, na fala teológica se reveste de conotações distintas.
Apenas, Cristo, conforme o ensino de São Paulo a Timóteo, é o Único Mediador entre Deus e os Homens. Por que? Porque somente Ele pode conduzir o homem a Deus, ou seja, somente Ele pode elevar a natureza humana decaída à condição de partícipe da natureza Divina (2 Pd 1:2-4). Por isto Paulo enfatiza em que condição Ele Se torna Mediador: ou seja, estando Ele em carne:
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo HOMEM”. 1 Timóteo 2:5
No ensino Ortodoxo, o termo “medianeira” é aplicado a Maria, no sentido de que Deus (que não possui carne), Se utilizou do seu corpo e genética para Se fazer homem, ou seja, ela foi o veículo (medianeira) pelo qual Deus Se Fez carne (homem). Ela não é – de forma alguma – redentora da humanidade, pois tal redenção só foi possível ser realizada pela morte, ressurreição e ascensão aos céus do Filho de Deus. Porém, por escolha e Graça indizível de Deus, Maria se tornou veículo da Encarnação do Filho de Deus, Encarnação esta, sem qual o mistério da cruz, ressurreição e ascensão não poderia ser realizado. Ela é a “Escada de Jacó”, pela qual Deus desceu à Terra. A verdadeira “Betel”, pois foi feita “Casa do Altíssimo”, não pela presença de anjos, mas do Próprio Deus em Pessoa habitando o seu ventre. Assim, os termos “medianeira” e “mediador” possuem conotações teológicas distintas.
No entanto, o ensino da mediação única de Cristo não pode ser confundido com única interseção. Não há uma só afirmação seque nas Escrituras que diga isto. Ao contrário, como bem é observado no seu texto, na Igreja todos intercedem. Contudo esta intercessão múltipla, também é única, na medida que a Igreja é o Corpo de Cristo; assim, quando a Igreja ora, é como o Próprio Cristo orando ao Pai. Por isto devemos orar em Seu Nome. Assim, em Cristo, a oração de muitos torna-se a boca de Um Só: Cristo Jesus, o Único Mediador entre Deus e os homens.
A intercessão, não só de Maria, assim, como de todos os santos, se insere no mistério da Comunhão dos Santos, fruto desta mediação única de Cristo que proporcionou em Seu Corpo a unidade de todas as coisas, tanto as que estão nos céus, assim como as que estão na terra.
Mas, este já é um outro tema, do qual poderemos, se for necessário, discorrer mais detalhadamente.
Apenas desejo nesta abordagem, demonstrar que no ensino Ortodoxo, medianeira e mediador têm conotações distintas, e são realidades místicas constante do ensino Apostólico contido nas Sagradas Escrituras. Que a o ensino de que Cristo É Único Mediador não é a mesma coisa, em estrito senso, de Ser o Único Intercessor. Da mesma forma como Romano-Católicos confundem o papel medianeiro de Maria com o de Corredentora; muitos Protestantes confundem a mediação única de Cristo com intercessão única.
Quanto à questão da devoção à Santa Virgem, sugiro leitura de minha resposta ao seu comentário em http://antonioeca.blogspot.com.br/2007/07/as-diferenas-entre-igreja-ortodoxa-e.html
Paz, em Cristo.
Graça e Paz .
ExcluirAgradeço pelo comentário, Padre Mateus.
Deus te abençoe.